Varíola dos macacos – Monkeypox

O QUE É?

A varíola dos macacos, conhecida também como Monkeypox, é uma zoonose viral (doença causada por vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais). Vários animais são susceptíveis ao vírus, dentre eles roedores e primatas não humanos. O primeiro caso da doença em humano foi identificado em 1970 na República Democrática do Congo. Desde então, a maioria dos casos tem sido da África Central e Ocidental.  Em 23 de julho de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) devido ao surgimento de novos casos em diversos países e ao fato de que se espalhou rapidamente.

COMO SE TRANSMITE?
  • Contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões de pele ou mucosas de animais infectados;
  • Contato com lesões de pele de pessoas infectadas;
  • Contato próximo/íntimo com secreções de pessoas infectadas como, por exemplo, saliva, suor, sangue e secreções respiratórias;
  • Relação sexual (oral, anal e penetração), principalmente pessoas com múltiplos parceiros;
  • Contato com objetos (copo, talher, escova de dente), tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo doente;
  • Exposição próxima e prolongada a gotículas respiratórias de pessoa infectada, principalmente com as pessoas que convive mais próximo;
  • Gestação.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
As manifestações clínicas podem se iniciar de 5 a 21 dias após a exposição e têm duração de 2 a 4 semanas. Casos graves e mortes são raros nessa doença.
Período febril (entre os dias 0 e 5):
    • Febre;
    • Cefaleia intensa;
    • Adenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos);
    • Dor nas costas;
    • Mialgia (dores musculares);
    • Astenia intensa (falta de energia).
  • Período de erupção cutânea (entre 1 e 3 dias após o início da febre):
    • Aparecimento de lesões em diferentes fases da erupção cutânea
    • Afeta: face, mãos, pés, mucosas orais, genitália e olhos
    • Evolução da lesão:
      • Máculas (lesões com base plana)
      • Pápulas (lesões firmes levemente elevadas)
      • Vesículas (lesões cheias de líquido claro);
      • Pústulas (lesões cheias de líquido amarelado)
      • Crostas, o que ocorre em cerca de 10 dias e após isso essas crostas secam e caem.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
No momento, a confirmação laboratorial será feita por teste molecular (q-PCR) seguido da técnica de sequenciamento com coleta de material das secreções.

TEM TRATAMENTO?
Há um medicamento antiviral conhecido como tecovirimat que ainda não está disponível no Brasil. Os sintomas são controlados através de medicações.

TEM VACINA?
A vacina para varíola é 85% eficaz para proteger contra a varíola dos macacos, porém ainda pode haver casos mais leves. Segundo a OMS pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980. Não há ainda vacina disponível e não se sabe se realizará alguma campanha pelo Ministério da Saúde.

COMO SE PREVENIR?

  • Realizar a higiene das mãos com a lavagem ou uso de álcool 70% após contato com animais ou pessoas infectadas;
  • Não tocar nas lesões de pessoas infectadas;
  • Não entrar em contato com as secreções de pessoas infectadas;
  • Não tocar ou utilizar os objetos utilizados por pessoas infectadas como: talheres, copos, roupa de cama, toalhas e outros;
  • Utilizar máscara de proteção;
  • Isolar as pessoas infectadas
AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
  • Utilizar os seguintes EPI’S:
    • Máscara PFF2 ou N95;
    • Óculos de proteção;
    • Luvas de proteção descartáveis;
    • Touca descartável;
    • Avental com mangas descartável.
  • Isolar o paciente com suspeita ou confirmação da doença até o desaparecimento das lesões em quarto bem ventilado e com banheiro de uso exclusivo;
  • Orientar o paciente a utilizar máscara cirúrgica;
  • Manter a porta do quarto fechada;
  • Manter uso exclusivo do paciente de produtos e equipamentos como estetoscópios, esfigmomanômetro e termômetros;
  • Ter cuidado para manusear o paciente e os seus objetos;
  • Descartar os EPI’s após manuseio do paciente e realizar a higiene das mãos.
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