No dia 14 de agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência de saúde pública mundial por conta do aumento substancial do número de casos de MonkeyPox (mpox), ou anteriormente conhecida como varíola dos macacos, em países da África. Desde o início deste ano, foram notificados mais de 17.000 casos e mais de 500 mortes em 13 países do continente africano. O maior número de casos – mais de 14.000 – registra-se na República Democrática do Congo, que notificou 96% dos casos confirmados este mês.
Em 2022, houve outro surto em que a OMS também declarou estado de emergência global e, naquele ano, o Brasil chegou a ser o segundo país com mais casos acumulados, com 10 mil notificações, atrás apenas dos Estados Unidos, mas a doença chegou a ser controlada.
A nova variante do vírus mpox, o clado 1b, tem letalidade de 10%, muito superior à de 1% da variante que circulou em 2022. Porém essa variante ainda não foi registrada fora do continente Africano. Entretanto, as autoridades temem que a doença se espalhe como aconteceu com a variante 2, que levou ao surto de 2022 — as chances são altas e, por isso, a OMS tenta reunir vacinas e testes para aumentar a vigilância na região central da África e impedir a difusão do vírus.
O QUE É A MPOX?
É uma zoonose viral (doença viral com transmissão do animal para o homem) causada pelo vírus mpox da varíola dos macacos.
COMO É TRANSMITIDA?
Anteriormente o vírus era transmitido dos animais para os humanos. Atualmente a doença é transmitida de humano para humano através do contato direto e indireto com as lesões, fluidos/secreções corporais, através da relação sexual, contato com objetos contaminados com o vírus, como roupas/vestimentas ou lençóis com fluídos corporais das lesões, além de poder ocorrer através de gotículas respiratórias em pessoas com contato muito próximo.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
• Dor de cabeça;
• Dores no corpo e mal estar geral
• Linfonodos aumentados (íngua);
• Surgimento de lesões, principalmente em mãos, braços e tronco, podendo também surgir em região de genitais e perianal. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. É importante relatar que as lesões transmitem o vírus até a sua completa cicatrização.
A infecção geralmente desaparece sozinha e dura entre 14 e 21 dias.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico é realizado através da coleta de secreção ou crostas das lesões com realização do teste molecular (q-PCR) seguido da técnica de sequenciamento.
TEM TRATAMENTO?
Não existe um medicamento aprovado pela OMS especificamente para a mpox. O tratamento, então, consiste em um suporte clínico para aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.
COMO PREVENIR?
• No caso da necessidade de contato, utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção;
• Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato, não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão;
• Lavar regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada, suas roupas, lençóis, toalhas e outros itens ou superfícies que possam ter entrado em contato com as erupções e lesões da pele ou secreções respiratórias (por exemplo, utensílios, pratos);
• Lavar as roupas de cama, roupas, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa infectada com água morna e detergente.
• Limpar e desinfetar todas as superfícies contaminadas e descartar os resíduos contaminados (por exemplo, curativos) de forma adequada.
EXISTE VACINA?
Sim, existe. Por enquanto o Ministério da Saúde preconiza que as pessoas portadoras do vírus da AIDS e profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade podem tomar a vacina preventivamente. Nos casos em que houve exposição com contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.